Exposição de pintura "A Cor do Silêncio" de Letícia Barreto
Pertencendo ao domínio do simbólico, a cor, mais do que um simples mecanismo fisiológico, é um fenómeno físico, é sobretudo ligada a aspetos culturais e psicológicos. O branco tem sido associado à pureza, inocência, limpeza, paz, trégua e neutralidade. É visto como símbolo de bondade, beleza e perfeição. Apesar de toda a simbologia a ele associada, o branco não é assim tão inocente como normalmente julgamos. Ao longo da história, a cor mais pura tornou-se, em algumas ocasiões, a cor que revela o lado mais obscuro do instinto humano. A cor do totalitarismo, da separação, do preconceito, da intolerância, cor que divide, que exclui, que controla.
Como afirma Grada Kilomba, "o branco não é uma cor mas uma definição política, que representa privilégios históricos, políticos e sociais de um certo grupo que tem acesso às estruturas dominantes e instituições da sociedade”.
A reação química da água sanitária sobre o tecido alude metaforicamente a um “branqueamento do pensamento”, marcadamente etnocentrista. A marca do preconceito, assim como a da água sanitária, é profunda e permanente.
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SOBRE LETÍCIA BARRETO
Letícia Barreto nasceu em Sorocaba, São Paulo, Brasil, em 1974. É artista plástica, arte-educadora, e mestre em Artes Visuais e Intermédia pela Universidade de Évora. Como bolsista da Fundação Rotary Internacional, estudou Artes Plásticas no Instituto Lorenzo de Medici, em Florença, Itália. Ainda na Itália, participou em residências artísticas e fez cursos de formação e especialização para professores em artes plásticas.
O seu trabalho artístico desenvolve-se através de vários meios de expressão, privilegiando a pintura, o desenho, a colagem, a analogia visual, a intervenção sobre objetos e fotografias, a instalação e a intervenção urbana. Desde 1992, o trabalho de Letícia Barreto tem sido apreciado em mostras coletivas e individuais realizadas em vários países, como “Next (Au Suivant)”, Cultivate Gallery, London (2021), “Arte en la Red, séptima edición”. Casa de America, em Madrid ou "Alptraum", Torrance Art Museum, Torrance, nos EUA (2020), entre muitas outras.