Clima e Energia

A utilização dos recursos energéticos, em particular dos combustíveis fósseis primários não renováveis (petróleo, gás natural e carvão), tem custos económicos e ambientais crescentes, que afetam o estado do Planeta e a qualidade de vida das pessoas.

É hoje indiscutível que as emissões de gases com efeito de estufa (GEEs), associadas à extração, produção, transporte e consumo de fontes de energia fósseis, estão a alterar o clima na Terra.

O desenvolvimento de cenários climáticos para Almada, através da modelação de séries temporais de estações metereológicas, instaladas em Almada e na Área Metropolitana de Lisboa, com recurso a Modelos Regionais Climáticos (Had CM3 e Had RM) do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (Intergovernamental Panel on Climate Change - IPCC), revela significativas anomalias de temperatura e alterações no regime pluviosidade em 2070 – 2100.

São projetadas para Almada variações no seu atual clima mediterrânico sub-húmido de influência atlântica, com invernos quentes/tépidos, uma temperatura média anual de 17ºC e uma precipitação média anual de 585mm, que ocorre em cerca de 90 dias do ano.

No final deste século, Almada poderá registar um aumento da temperatura média anual de 2,5ºC, com maior incidência nos extremos (aumento da Tmáx verão, inverno entre 4,0 a 5,0ºC) e um aumento muito relevante do número de dias muito quentes (>35 ºC / ano), que passarão dos atuais 5 a 10 dias/ano para 30 a 40 dias/ano. Também se prevê uma maior duração e frequência das ondas de calor e da ocorrência de fenómenos climáticos extremos.

 

EvolucaoClima_Câmara Municipal de Almada

 

Neste quadro, impõe-se à humanidade uma ação climática concertada, que inclui, por um lado, o esforço comum para reduzir os consumos de energia e as emissões de GEEs, através da transição energética e da “descarbonização” da sociedade (Agenda de Mitigação), e, por outro, a adaptação às alterações climáticas, promovendo a resiliência dos sistemas naturais, sociais e económicos, e proporcionando à população um ambiente saudável e seguro para viver e trabalhar (Agenda de Adaptação).

Na Agenda de Mitigação privilegiam-se a eficiência energética, através da redução do consumo de energia utilizada para produzir um bem, prestar um serviço ou desenvolver uma determinada função, mas também a escolha da forma de energia mais adequada à finalidade pretendida. Sendo Almada marcadamente urbana, os setores com maior peso nos consumos de energia e nas emissões de GEEs, são os “Transportes” e os “Edifícios”, que compreende os subsetores “Residencial” e “Serviços”, sendo prioritários em termos de intervenção.

A Agenda de Adaptação em Almada tem-se centrado no desenvolvimento de cenários climáticos, no diagnóstico de vulnerabilidades atuais e futuras (costeiras, ribeirinhas, ecossistemas, ciclo urbano da água, serviços urbanos), na modelação do fenómeno "ilha de calor urbana", na definição e concretização de medidas de adaptação de base ecológica e na integração de objetivos e medidas de adaptação em projetos, planos e estratégias municipais (Plano Emergência; PMOTs; etc.).

                                

ELAC_Almada_Câmara Municipal de Almada