O ano arranca com a reposição de “Reinar Depois de Morrer”, uma encenação de Ignacio García baseada no texto escrito, em 1635, por Luis Vélez de Guevara. Depois de estar em cena em 2019, a co-produção da Companhia da Teatro de Almada (CTA) e da Comapañía Nacional de Teatro Clásico volta ao palco principal do Teatro Municipal Joaquim Benite (TMJB) para contar a história de D. Pedro e Inês de Castro na versão de Luis de Guevara.
Em abril, apresenta-se “Music-Hall”, uma encenação de Rogério de Carvalho baseada no texto de Jean-Luc Lagarce e que explora o universo do teatro itinerante, revelando as peripécias de uma tríade de atores decadentes que atuavam em quaisquer condições.
“Calvário”, uma peça também sobre teatro, com texto e encenação de Rodrigo Francisco, chega ao palco em setembro, como homenagem ao escritor Thomas Bernhard, apresentando-se em forma de comédia.
Em outubro, a CTA estreia “Schweik na Segunda Guerra Mundial”, uma peça sobre esta figura do imaginário europeu que se tornou num símbolo do absurdo da guerra. Um espetáculo encenado por Nuno Carinhas, baseado no texto de Bertolt Brecht, e direção musical de Jeff Cohen.
Na área do teatro para a infância, a CTA estreia, em dezembro, “Picasso Agarrado pelo Rabo”, um espetáculo criado por Teresa Gafeira e Pedro Proença que explora o universo das artes plásticas e que se junta às doze peças em reposição destinadas aos mais novos.
Ao longo do ano vamos poder assistir, ainda, a produções acolhidas como “Molly Sweeney” (Teatro das Beiras), “Humidade” (Companhia de Teatro de Braga), “Fazer - Um Alfabeto de Aniversários” (Teatro do Bairro), “A Judia” (Companhia de Teatro do Algarve), “Rinoceronte” (SUL - Associação Cultural e Artística), Lar Doce Lar (Força de Produção), “Police Machine” (Teatro da Rainha), “La Vida es Sueño” (Compañía Nacional de Teatro Clásico), “Um Rufia nas Escadas” (Companhia Dois), “O Misantropo” (Teatro Nacional D. Maria II).
O TMJB vai ser ainda palco para espetáculos do festival TRANSBORDA, da Casa da Dança, com espetáculos de Marcelo Evelin e Vera Mantero, e do Festival de Música dos Capuchos, com interpretações de “As Quatro Estações” de Vivaldi, pela Orquestra Barroca I Solisti Veneti, “As Quatro Estações” de Piazolla, com direção musical de Marcelo Nisinman e “As Quatro Estações” de Philip Glass, pela Orquestra de Câmara de Budapeste.
Os Paus, A Garota Não, Miguel Araújo, Mário Laginha e Tcheka ou a Orquestra Sinfónica Portuguesa, dirigida por Joana Carneiro, marcam, também, a temporada musical para 2023.
Este ano, há ainda três exposições na galeria do TMJB. A primeira, inaugurada ontem, mostra-nos um conjunto de gravuras de João Abel Manta dedicado a oito tragédias de Shakespeare. Esta exposição - “Situações Shakespearianas” - pode ser visitada até 27 de março, de quinta a sábado, entre as 19h e as 21h30 e ao domingo, entre as 13h e as 19h.
“Os princípios que levaram à construção desta programação que apresentamos hoje procuram, de alguma forma, alinhar a qualidade e a diversidade. Quando se tenta esta quadratura do círculo, de construir um grupo de espetáculos que, ao longo do ano, possa tocar as pessoas, está a procurar-se que não fique ninguém de fora”, defendeu Rodrigo Francisco, diretor artístico da Companhia de Teatro de Almada, recuperando a ideia de Antoine Vitez de “um teatro de elite, para todos”.
Teodolinda Silveira, vice-presidente da CMA, destacou a “continuidade do trabalho central da CTA no domínio das artes cénicas, performativas, a que se acrescentam dinâmicas de cruzamento artístico, acolhimento de diferentes colaborações, na construção de uma programação de enorme qualidade e extraordinária capacidade de mobilização do público“.
O Teatro Municipal Joaquim Benite integrou a Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses, uma estrutura composta por mais de 80 equipamentos credenciados e que “significa uma democratização no acesso à cultura”, afirmou Américo Rodrigues, diretor-geral das Artes, que encontra em Almada “um público muito especial, um público que ajuda a construir a vida teatral”.
Como habitual, a noite terminou com um concerto que, este ano, levou ao palco principal do TMJB a Orquestra Jazz de Matosinhos, uma instituição sem fins lucrativos que promove a criação, investigação, divulgação e formação na área do jazz.
A apresentação da programação aconteceu na noite de 6 de janeiro, no Teatro Municipal Joaqum Benite.
Fique a par da programação completa em www.ctalmada.pt