Congresso “Almada: 50 anos de Cidade, 50 anos de Liberdade” refletiu sobre passado e futuro do território
A celebração dos 50 anos da elevação de Almada a cidade, na qual o congresso esteve integrado, permitiu um “exercício de memória”, “um revisitar do passado da cidade de Almada”, mergulhando-nos “naquilo que foi a construção da própria liberdade no Portugal Democrático. E a História de Almada está marcada pelos momentos mais felizes, mas, também, mais difíceis dessa construção e dessa transformação profunda da sociedade e da economia portuguesa”, disse Inês de Medeiros durante a sessão de abertura, que aconteceu no Fórum Municipal Romeu Correia durante a manhã de 13 de novembro.
Ao longo de dois dias, foram explorados vários temas ligados ao território. A história da cidade de Almada esteve em debate na primeira mesa, num painel moderado pela professora do centro de investigação História. Territórios. Comunidades da NOVA FCSH. Destaque para a intervenção da arqueóloga Tânia Casimiro, que desmistificou a ideia associada à escavação arqueológica como algo milenar, através da apresentação de objetos do quotidiano comuns nos anos 80 do sec. XX, recolhidos numa escavação efetuada em Almada.
Foram ainda tratados temas relacionados com o republicanismo em Almada, a resistência estudantil e a clandestinidade, bem como as vivências dos opositores ao Estado Novo.
Durante a tarde do primeiro dia de congresso, destaque para a mesa redonda sobre a Cultura e a Arte, onde foi debatida a capacidade de inovação e as dinâmicas de renovação existentes em Almada no domínio da cultura e das artes.
No segundo dia, foram trabalhados temas ligados ao património, à arquitetura e urbanismo e ao poder local.
“Só conhecendo o património é possível encetar ações em sua defesa” foi a ideia transversal às várias comunicações que destacaram a necessidade da educação patrimonial e a difusão dos acervos documentais.
Já no tema da arquitetura e urbanismo, foram falados projetos de reabilitação de património edificado, destacando-se projetos emblemáticos como o Parque da Paz. Tratou-se, ainda, do tema da habitação social, construída e planeada no concelho. Nessa matéria, destaque ainda para o tema do futuro do urbanismo em Almada, pensado de forma sustentável, considerando as condições únicas da cidade.
A presença feminina entre os eleitos locais e a apresentação da história do Serviço de Higiene Urbana estiveram em destaque durante o painel dedicado ao poder local.
“Pensar a história e devolvê-la aos cidadãos” foi o mote da mesa redonda dedicada aos arquivos municipais, onde foram partilhadas experiências de construção de laços identitários e abordadas práticas realizadas nos arquivos de difusão de documentos, como programas de recolha junto de particulares e associações ou projetos de trabalhos com escolas.
Durante o congresso “Almada: 50 anos de Cidade, 50 anos de Liberdade” foi ainda lançado o e-book das atas do “IV encontro de História Local”, realizada uma visita às exposições da Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea e projetado o filme “Almada, uma cidade de pessoas: dos pés à cabeça, da terra ao mar”, um documentário com curadoria de Gonçalo M. Tavares.