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Emancipação do Vivente - Curadoria do Museum for the Displaced

Créditos: Dima Mabsout, The City's Hidden Excrements, stills, 2023. Courtesy the artist.
Créditos: Dima Mabsout, The City's Hidden Excrements, stills, 2023. Courtesy the artist.

Com obras de Frame Colectivo, Dima Mabsout,
ETC e Filipa César
Em parceria com as Galerias Municipais de Lisboa


O Museum for the Displaced interpreta o termo deslocamento de um modo expansivo, como algo que pode acontecer a seres humanos e não-humanos. O deslocamento pode ser um estado físico, mental e/ou emocional. Encontra-se frequentemente ligado a experiências traumatizantes, como a migração forçada, cuja desconstrução e cura requerem tempo. Ocorre através de múltiplas formas de violência, tanto física como económica, a filhos de imigrantes, ou a quem simplesmente vive num espaço entre diferentes culturas, línguas e costumes. Deslocamento é ser-se despejado pela incapacidade de pagar as elevadas rendas das cidades, ou porque certas empresas imobiliárias querem o terreno no qual construímos a nossa casa. Deslocamento é perder a ligação com a terra debaixo dos nossos pés. Deslocamento é ser-se desenraizado e não voltar a encontrar uma casa. Deslocamento é ter de inventar uma nova casa a partir de fragmentos.


Emancipação do Vivente é a primeira exposição do Museum for the Displaced. O projeto, nascido de uma colaboração entre as Galerias Municipais de Lisboa e Almada, ocupa simultaneamente dois espaços, um em cada uma destas cidades vizinhas e profundamente interligadas que, na última década, têm vindo a testemunhar um enorme movimento e mudança, incluindo um processo de rápida gentrificação. As obras apresentadas oferecem diferentes pontos de partida para tópicos complexos relacionados com o deslocamento. Em Lisboa, as obras de Colectivo Ayllu, Raquel Lima, Alfredo Jaar e Frame Colectivo focam-se na Europa enquanto território colonizador, enquanto, em Almada, as obras de Frame Colectivo, Dima Mabsout, ETC e Filipa César refletem sobre questões relacionadas com o território, a expropriação e os direitos à habitação.

A exposição sublinha a importância da coletividade, das práticas colaborativas e da autonomia como a única forma de alcançar futuros sustentáveis. O Museum for the Displaced tem como objetivo desenvolver um arquivo vivo que permita a emergência de novos tipos de relações, não só entre nós, mas também com aquilo que imaginamos ser possível.

 

Exposição patente na Galeria Municipal de Arte de 18 março a 27 maio de 2023.