O escritor e curador do projeto explicou que este «foi um processo longo, que começou pela escolha das pessoas. Juntaram-se outros criadores, Os Espacialistas, e tentou-se fazer um documentário diferente, que quebrasse as lógicas da imagem pura, cortando-a com fotografias, com textos».

O objetivo foi mostrar como diferentes pessoas com características diversas, convivem em Almada. «É bonito ver no mesmo trabalho pessoas ligadas a uma livraria, ao mar… De repente percebemos que a mesma geografia serve pessoas distintas, com a mesma hospitalidade.»

Na plateia estiveram alguns dos protagonistas do filme, «pessoas muito generosas» que o escritor quis nomear uma a uma, como forma de agradecimento, mas também a realizadora, Inês Sambas.

Depois da apresentação, Inês de Medeiros, presidente da CMA juntou-se ao escritor para uma conversa em palco.  

«A cidade é como uma espécie de urgência, com pessoas a dirigir-se para sítios diferentes. Mas o que salva a cidade é o olhar humano», afirmou Gonçalo M. Tavares.

Há um «equilíbrio difícil» de encontrar, confessou a autarca, porque é preciso atender à «urgência do presente, sem nunca perder de vista a perspetiva da caminhada. Compete-nos a nós [eleitos] criar condições para que as pessoas possam construir a sua cidade».

O documentário faz parte das celebrações dos 50 anos de elevação de Almada a cidade.