São os primeiros passos práticos do projeto Surf no Bairro, da Associação de Surf da Costa da Caparica (ASCC), que durante um ano vai proporcionar aulas gratuitas a alunos de escolas TEIP - Territórios Educativos de Intervenção Prioritária.

«É o caminho da diferença e da inclusão social, através do surf», explica o responsável, Miguel Gomes, que conta com o apoio de atletas profissionais do clube, que aqui vieram «ajudar estas crianças a sonhar mais alto».

Eduardo Fernandes, Francisca Almeida, Martim Paulino, Mafalda Lopes, Tiago Guerra, Ian Costa. Não se quer esquecer de ninguém, porque todos eles ajudaram a tirar este projeto da gaveta, onde estava há cerca de 10 anos.

O bairro quer crescer

«Os astros alinharam-se agora. Vamos agarrar em 10 jovens e pô-los a fazer surf durante um ano sem pagar nada, com os melhores fatos, pranchas, cremes, de forma a sonharem que um dia também eles podem ser atletas profissionais».

Começaram pelo agrupamento da Caparica, mas «o bairro quer crescer e chegar às escolas do 2.º Torrão, na Trafaria, e ao Bairro dos Pescadores da Costa da Caparica.

Para isso precisam de mais apoios numa parceria onde já estão o Almada Fórum, a Junta de Freguesia da Costa de Caparica e a União de Freguesias de Caparica e Trafaria.

 A cara de Almada

«Estão aqui tão perto e olhavam para a prática do surf como algo que lhes era vedado. E não é». As palavras são da presidente da Câmara Municipal de Almada que veio almoçar com estes alunos, depois da aula de batismo. Inês de Medeiros afirma que «a grande recompensa é mesmo ver a alegria destas crianças». A CMA «estará sempre ao lado deles», garantiu, até porque «este projeto é a cara de Almada».

 Uma luz para os alunos

«Estamos todos de parabéns», disse Sónia Gancho, diretora do Agrupamento de Escolas Miradouro de Alfazina, na Caparica. «Para eles é uma luz» porque permite-lhes sair do bairro, da esfera familiar e experimentar algo completamente novo. A escola identificou os alunos de contextos mais desfavorecidos e com melhor desempenho escolar e, ao longo do ano, a ASCC vai fazer o apuramento dos que mostrarem mais apetência para a prática da modalidade. A diretora lança ainda um desafio: «este é um projeto piloto, venham mais».