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Conferências e encontros
Juventude
1 May 2022

Almada acolhe 50 jovens para pensar a democracia e a participação

Terminou hoje, 1 de maio, o IV Bootcamp «#Direito a ter direitos - Assocativismo jovem pela democracia». Os 50 jovens envolvidos descansam hoje, Dia do Trabalhador, depois de uma intensa ronda de debates, com muitas propostas apresentadas. 
 

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Bootcamp

Neste encontro residencial de educação não formal ficou clara uma questão. O jovens  não querem só ser ouvidos. Querem mudanças e sabem apontar caminhos. 

Nos cinco espaços de debate, sobretudo a 30 de abril, Dia do Associativismo Jovem, foram desafiados a pensar formas de promover a participação juvenil e de revitalizar a democracia. 

Ontem à noite apresentaram as dificuldades sentidas e ideias para as solucionar, perante representantes do Instituto Português da Juventude e do Desporto (Carlos Pereira), do Conselho Nacional de Juventude (Beatriz Camacho), da Federação Nacional de Associações Juvenis (Rui Oliveira) e do Município de Almada (Filipe Pacheco).

Embaixadores jovens

«As vossas recomendações não caem em saco roto.» Esta foi a garantia dada pelo vereador Filipe Pacheco, da CMA. Com responsabilidade nas áreas do Desporto e da Juventude, o eleito confessou que não tem a certeza se os jovens conhecem o trabalho da autarquia. 

«Precisamos de estar presentes nas escolas», onde se sente a «falta de associações de estudantes», para trabalhar. Por isso, gostaria de promover «campanhas para activação de associações de estudantes».

A ideia foi bem acolhida pelos jovens presentes, que testemunharam a falta de apoio sentida para a formação de associações de estudantes, da parte das direções das escolas. 

Lá, assim como nas autarquias e nos organismos públicos, deveriam existir equipas com elementos mais novos e os chamados embaixadores jovens. Só eles sabem como os jovens funcionam, onde estão, como comunicam.

Este trabalho poderia ser assegurado em parte-time, para que os jovens possam continuar a estudar e de forma remunerada, para permitir alguma autonomia.

Valorizar a educação não formal

Já não se trata de os ouvir. É preciso que os deixem entrar nos processos de decisão. A antecipação da idade do voto foi, por isso, um dos assuntos abordado nestes dias. 

Menos horas em sala de aula e mais valorização de projetos como este, de educação não formal, foram também ideias repetidas pelos grupos. 

O exemplo do Sebastião, o DJ de serviço, foi clara. Este estudante universitário lembrou que «os softskills procurados pelas empresas podem ser adquiridos fora das aulas, em projetos de associativismo jovem, a jogar com pessoas que não conhecemos e que têm realidades muito diferentes das nossas. Porque ali somos uma equipa e temos de construir algo juntos». 

Este bootcamp, assim como programas como o Erasmus ou o Corpo Europeu do Voluntariado, «se calhar valem mais do que as três horas que definem 50% da média para entrar na universidade». 

Nas escolas sentem falta de disciplinas práticas, que possam ensinar, por exemplo, a ter noções de finanças pessoais, deveres fiscais, a importância da poupança e da gestão orçamental ou perceber a Constituição e o voto antecipado.

A desburocratização dos processos para formar uma associação jovem e a simplificação da linguagem nas informações prestadas, foram outros pedidos sublinhados pelos participantes neste Bootcamp, que não termina aqui. 

Um almadense na promoção deste Bootcamp

Este Bootcam, organizado pelo Centro de Juventude de Lisboa do IPDJ – Instituto Português do Desporto e da Juventude, em colaboração com a CMA, nasceu de uma proposta de um jovem almadense, Tomás Sena.

Depois de uma formação no IPDJ, este estudante universitário de matemática aplicada à economia e à gestão, lembrou-se: porque é que os jovens não podem fazer propostas a este instituto em vez de esperar pelas suas sugestões. 

Agora será feito um Manifesto para a Acção, com a ajuda dos jovens que se voluntariaram para ajudar a condensar os documentos de trabalho. O Centro de Juventude de Lisboa vai reportar recomendações retiradas do dia de hoje ao IPDJ, que é o coordenador ao nível nacional do Conselho da Europa.