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6 December 2025
6 December 2025 15:00
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Casa da Cidade
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Comunidade de leitores “Sábados de leitura” – Literatura lusófona O alegre canto da perdiz, de Paulina Chiziane (Moçambique)

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O alegre canto da perdiz
O alegre canto da perdiz

Dia: 6 de dezembro | SÁB

Horário: 15h00

Local: Casa da Cidade

Comunidade de leitores “Sábados de leitura” – Literatura lusófona

O alegre canto da perdiz, de Paulina Chiziane (Moçambique)   

Delfina é uma mulher bonita, «uma negra daquelas que os brancos gostam». A sua história de vida é a história da mulher africana, a história da apocalíptica perda do sonho. Esta mulher debate-se entre «escolher o caminho do sofrimento, o amor que sente por José dos Montes, e eliminar a sua raça para ganhar a liberdade», procurando o homem branco que lhe dará o alimento e o conforto que deseja. Mas o que é o amor para a mulher negra? O problema arrasta-se ao longo do livro, aparentemente sem solução: «viver em dois mundos é o mesmo que viver em dois corpos, não se pode. Tu és negra, jamais serás branca». Mesmo assim a mulher negra «procura um filho mulato, para aliviar o negro da sua pele como quem alivia as roupas de luto».

O sufoco das palavras outrora silenciadas, a valentia e a frontalidade gritam alto nos romances de Paulina Chiziane. Neste diálogo consigo própria, a conhecida escritora moçambicana mistura imaginação, fantástico e misticismo, num retrato poderoso e peculiar da sociedade e da mulher africanas.

Paulina Chiziane nasceu em Manjacaze, Moçambique, em 1955. Estudou linguística em Maputo, mas não concluiu o curso. Atualmente, vive e trabalha na Zambézia. Ficcionista, publicou vários contos na imprensa (Domingo, na «Página Literária», e na revista Tempo). Publicou o seu primeiro romance, Balada de Amor ao Vento, depois da independência (1990), que é também o primeiro romance de uma mulher moçambicana. Ventos do Apocalipse, concluído em 1991, saiu em Maputo, em 1995, como edição da autora e foi publicado pela Caminho em 1999. O Sétimo Juramento e Niketche foram publicados em Portugal em 2000 e 2002, respetivamente. Afirma: «Dizem que sou romancista e que fui a primeira mulher moçambicana a escrever um romance, mas eu afirmo: sou contadora de estórias e não romancista. Escrevo livros com muitas estórias, estórias grandes e pequenas. Inspiro-me nos contos à volta da fogueira, minha primeira escola de arte.»

Em 2014, foi agraciada pelo Estado português com o grau de Grande Oficial da Ordem Infante D. Henrique. Em 2021, recebeu o mais prestigiado galardão das letras lusófonas, o Prémio Camões.

Duração: 180 min

Público-alvo: público adulto em geral

Entrada livre sujeita à lotação da sala