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Almada
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8 March 2023

Dia Internacional da Mulher

A sala Pablo Neruda encheu hoje, 8 de março, para debater “O Impacto da Guerra nas Mulheres e a Paz para a garantia dos Direitos Humanos”. A CMA aproveitou a ocasião para anunciar que “está praticamente concluído o Plano Municipal para a Igualdade e Não Discriminação”. 

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Mulheres a tomar a palavra

Janica Ndela, nascida na Guiné Bissau, foi uma das pessoas que participou no debate organizado pela CMA, onde fez questão de explicar a luta das mulheres africanas durante a guerra colonial e como, no seu país, muitas tiveram de definir prioridades e assumir outro papel: deixaram de ser filhas, irmãs, mães, esposas, para ir combater.

Na sua intervenção, sentiu o dever de desconstruir o papel de vítimas das suas antecessoras, para as empoderar. E bem, pelo que explicou uma das investigadoras convidadas para esta manhã de debate. 

A violência sexual como ato de guerra
Manuela Tavares, da direção da UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta, abriu o debate com um balanço histórico da luta pela igualdade e sobre o impacto da Guerra sobre as mulheres. Tânia Ganito, do Centro de Estudos de Comunicação e Cultura da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa, focou o tema com três exemplos concretos de violência sexual em tempos de guerra. E mostrou como foi importante estudá-los, debaixo da proteção inicial do anonimato, para quebrar silêncios e dar voz às vítimas, que acabaram por se transformar em poderosas vozes contra o esquecimento.

Foi assim com as “mulheres de conforto”, verdadeiras escravas sexuais ao serviço do exército imperial japonês. Foi assim com as mulheres violadas durante a Guerra dos Balcãs, que se uniram e se ouviram no que ficou conhecido como o primeiro tribunal feminino. Foi assim com as mães das “crianças de má memória”, retratos vivos da violência sexual exercida sobre si, e que decidiram não as rebatizar, como ato de memória e de reconhecimento coletivo do que tinha acontecido. 

Plano Municipal para a Igualdade e Não Discriminação de Almada
“A violência sexual sobre mulheres é usada como arma de guerra, destrói, fratura, cria marcas”, mas tem sido a partir desses traumas que as vidas se têm reedificado, através da voz das mulheres que pedem justiça e reconhecimento da verdade. O que revela “o envolvimento direto das mulheres sobreviventes de guerra nos processos de reconciliação e também na construção da paz”, sublinhou Tânia Ganito.

A vereadora Teodolinda Silveira, vice-presidente da CMA, moderou o debate e esclareceu que “está praticamente concluído” o Plano Municipal para a Igualdade e Não Discriminação, que irá em breve a reunião pública de Câmara, lembrando ainda que dia 16 de março, às 15 horas, terá lugar um novo momento, com mais convidadas, para debater o Impacto da Guerra nas Mulheres e a Paz para a garantia dos Diretos Humanos.

Até lá, está patente no átrio do Fórum Municipal Romeu Correia uma exposição organizada pela UMAR, inaugurada neste dia, sobre os caminhos percorridos na luta pela igualdade entre homens e mulheres no concelho de Almada.

Foto: Anabela Luís | CMA