Estudo de Enquadramento Estratégico do Santuário Nacional do Cristo-Rei
ENQUADRAMENTO
O Estudo de Enquadramento Estratégico do Santuário Nacional do Cristo-Rei, promovido pela Câmara Municipal de Almada foi elaborado por uma equipa coordenada pelo Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional e Urbano, Lda. (CEDRU).
O monumento-santuário a Cristo-Rei mobiliza anualmente várias centenas de milhar de pessoas. Contudo, não é fácil destrinçar entre os que são motivados essencialmente pela fé e os que (crentes ou não), simplesmente, se desejam deixar seduzir pela singularidade do monumento e/ou pelo mirante de exceção sobre a paisagem, neste caso a paisagem do estuário do Tejo, de Lisboa, de Almada, dos confins da Arrábida e da fachada atlântica. Urbanisticamente, o local é atualmente pouco mais do que uma plataforma-mirante, ampla, mas despojada de elementos construtivos e arranjos paisagísticos marcantes e valorizadores, estruturada em torno do monumento ao Cristo-Rei, e alcançada por uma estrada algo sinuosa entre uma massa edificada relativamente desqualificada. Acresce que o local não denota uma boa interação funcional com a cidade e é tangido por um ruído permanente e incomodativo associado ao tráfego na Ponte 25 de Abril, e que existem alguns troços da arriba com elevada instabilidade/perigosidade.
Daí as preocupações da Câmara Municipal de Almada em promover, através de concurso público, a elaboração de um estudo transversal para uma intervenção de carácter urbanístico-paisagístico, informada por vetores de qualificação, sustentação, integração, funcionalidade, vivificação, alavancagem e imagem.
Desde logo, foram definidas quatro linhas de orientação estratégica para o processo de valorização da área do Cristo-Rei:
i) Qualificar o sítio do Cristo-Rei, numa ótica de maior sacralização do local e de valorização do espaço público;
ii) Valorizar paisagística e ambientalmente as arribas do Cristo-Rei;
iii) Qualificar e incrementar a articulação do Cristo-Rei com a cidade de Almada;
iv) Valorizar o corredor ribeirinho e a sua articulação com o Cristo-Rei e a Cidade. Por outro lado, foi também desde início assumido que tal intervenção de valorização urbanístico-paisagística deveria emergir de uma boa fundamentação estratégica e buscar consensualizações e aprofundamentos de parcerias sólidas.