Percursos de autor - Ana Nave
Ana Nave nasceu, cresceu e viveu quase toda a vida em Almada. Uma passagem breve por Lisboa, na Rua Augusta, serviu para confirmar que «Almada é uma cidade especial», com muita qualidade de vida.
Não só pela extensa oferta cultural, ou pela «facilidade com que as pessoas se associam para fazer coisas, neste lado mais criativo que para mim, claro, está muito ligado ao teatro», mas também porque «há sítios magníficos em Almada para pisar a terra e estar em contacto com a natureza», dos areais da Costa, a perder de vista, ao Parque da Paz.
Aos 53 anos, a atriz e encenadora relembra o momento decisivo da sua carreira. «Fui muito cedo para a Academia Almadense, participei em coros e aulas de teatro. Umas aulas incríveis na Incrível Almadense, com a Maria Santos.
Foi quando soube que queria ser atriz, era muito pequena.» Iniciou-se na Companhia de Teatro de Almada, que funcionava na Academia Almadense, onde trabalhou com Joaquim Benite, «uma figura incontornável da cidade». E foi também através de um projeto da CTA que ganhou, ainda criança, o gosto pelo teatro. «Eu ia com a minha turma e as outras turmas todas iam ver três espetáculos por ano.»
Ana Nave elogia a oferta cultural em Almada - «uma coisa preciosa» -, fruto da vivência coletiva no associativismo, que junta gerações muito distintas à roda do fenómeno criativo, sobretudo no teatro amador. É algo que tem deixado marcas: «Na Escola de Teatro de Cascais, há mais de 9 anos que há sempre finalistas de Almada.»
Dos passeios pelo Cais do Ginjal, à subida a Almada Velha, um passeio que faz «quase diariamente», passando pela gastronomia ou pelas praias da Costa, Ana Nave afirma que, nestes tempos de incerteza e recuperação da crise pandémica, Almada tem um trunfo decisivo: «é esse ADN criativo e empreendedor que nós temos por cá, e isso é muito bom. Onde há necessidade surge uma solução».