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Mural da Mata Nacional das Dunas da Trafaria e Costa da Caparica

Localizado no cruzamento da estrada nacional 377-1 com a Av. Afonso de Albuquerque, no início da ciclovia Trafaria-Costa da Caparica, numa superfície de 32 metros de comprimento por 2,40 metros na cota mais alta, é possível ficar a conhecer um pouco melhor o património faunístico existente na Mata Nacional das Dunas da Trafaria e Costa de Caparica.

 

Mata Nacional das Dunas da Trafaria e Costa da Caparica

Situada na planície costeira do Concelho de Almada, em manchas florestais distribuídas desde a Trafaria até à Fonte da Telha, esta mata tutelada pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, I.P, alberga pinhais litorais e acaciais sobre dunas.

A mancha florestal da Trafaria abrange uma área de 10 hectares, com interesse de conservação, onde existem pinheiros-mansos, arbustos e herbáceas mediterrânicas, que servem de abrigo a uma variada fauna de vertebrados, ilustrada num mural da autoria de Tiago Hacke.

Saiba mais sobre as espécies que vivem na Mata Nacional das Dunas da Trafaria e Costa da Caparica retratadas neste mural

Mata Nacional das Dunas da Trafaria e Costa da Caparica

Lagartixa-do-mato (Psammodromus algirus)

Um dos répteis mais comuns em Portugal, esta sardanisca (como também é conhecida), ocorre numa grande variedade de habitats, desde que cobertos por abundantes matos rasteiros. Prefere tempo quente e ensolarado, pelo que está ativa sobretudo durante o dia, embora possa ser observada ao longo de quase todo o ano (fevereiro a outubro). Atinge cerca de 30 cm de comprimento e apresenta uma coloração geral acastanhada, com faixas mais escuras nos flancos. Durante a época de reprodução, os machos exibem tons avermelhados berrantes na cabeça e garganta, bem como pequenas pintas azuis dispersas pelos flancos, enquanto as fêmeas mantêm a tonalidade pardacenta.

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Gavião (Accipiter nisus)

Ave de rapina de pequena dimensão (envergadura máxima de 70 cm), com peito barrado de escuro e patas finas e compridas, que habita sobretudo zonas florestadas muito densas. Tem asas curtas e cauda longa, que a ajudam a manobrar habilmente por entre os ramos das árvores, quando persegue as suas presas em rápidos voos. Os machos são bastante mais pequenos que as fêmeas e apresentam também tonalidades mais alaranjadas nas partes inferiores. Embora esteja presente ao longo de todo o ano, é relativamente rara nas matas do Concelho de Almada, onde pode ser avistada, de forma fortuita, a sobrevoar as copas das árvores.

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Raposa (Vulpes vulpes)

Facilmente identificada pela bela pelagem arruivada, grandes orelhas pontiagudas e longa cauda espessa, é possivelmente o mamífero carnívoro mais comum em Portugal, onde ocupa uma grande variedade de habitats, desde paisagens em mosaico (terrenos agrícolas e bosques intercalados), até zonas de vegetação rasteira, pastagens e mesmo áreas semiurbanas. De dieta oportunista e generalista, alimenta-se maioritariamente de micromamíferos, embora também consuma coelhos, aves, répteis, insetos, frutos e bagas. Quando associada a populações humanas, tende também a alimentar-se de restos encontrados em contentores ou lixeiras, que vasculha sobretudo durante a noite.

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Chapim-azul (Cyanistes caeruleus)

Pequena e irrequieta ave de plumagem maioritariamente azul e amarela, que habita principalmente zonas florestadas, parques e jardins. Embora também possa consumir frutos e sementes (especialmente durante o outono e inverno), alimenta-se sobretudo de aranhas e insetos, que procura por entre a folhagem e ramos das árvores, chegando mesmo a pendurar-se de cabeça para baixo. Nidifica em cavidades naturais das árvores, onde constrói a sua taça com materiais macios como palhas, pelos, penas e musgo, mas também usa muitas vezes caixas-ninho artificiais colocadas pelo Homem. É um dos principais predadores da lagarta da processionária-do-pinheiro.

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Coelho-bravo (Oryctolagus cuniculus)

Mamífero herbívoro de tamanho médio, com pelagem essencialmente acinzentada, embora com alguns laivos arruivados na nuca e patas. Habita preferencialmente áreas mistas, do tipo mosaico, com abrigo (matos e bosques temperados) e zonas abertas (pastagens naturais e artificias, terrenos agrícolas), sendo uma espécie típica de orlas (ou seja, zonas de transição entre dois tipos de habitat). É uma das espécies cinegéticas mais importantes em Portugal, devido à facilidade com que se reproduz e aos números elevados que atinge, embora as suas populações tenham sofrido fortes quebras nas últimas décadas, devido a frequentes surtos de doenças epidémicas.

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Águia-de-asa-redonda (Buteo buteo)

É a ave de rapina mais comum em Portugal, sendo frequentemente vista a pairar sobre áreas abertas, ou até sobre a cidade, com as suas largas asas bem esticadas. Atinge 130 cm de envergadura e apresenta uma plumagem dominada por tons de castanho, onde apenas se destacam algumas manchas brancas nas asas e um semicírculo mais claro a atravessar o peito. Alimenta-se sobretudo de pequenos mamíferos (ratos do campo e toupeiras), complementando a dieta com répteis, aves, insetos, minhocas, ou mesmo animais mortos. Pousa com frequência em pontos elevados, como postes elétricos ou copas de árvores, de onde vigia o território em busca de possíveis presas.

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Ouriço-cacheiro (Erinaceus europaeus)

Mamífero insetívoro que, na verdade, apresenta uma dieta bastante variada, a qual inclui não só insetos, mas também frutos silvestres, sementes, minhocas, caracóis, ovos de aves ou, até, pequenas rãs e répteis. Bem conhecido pelo seu revestimento de espinhos eriçados (cerca de 6 mil), que chegam a atingir 3 cm de comprimento e cobrem todo o corpo à exceção da cabeça e ventre. De hábitos essencialmente noturnos, usa a densa vegetação do bosque mediterrânico para se esconder durante o dia, apenas saindo do seu abrigo à noite para percorrer o solo da floresta em busca de presas, enrolando-se de imediato numa bola espinhosa caso se sinta ameaçado.

Mata Nacional das Dunas da Trafaria e Costa da Caparica

Cobra-de-ferradura (Hemorrhois hippocrepis)

Esta serpente, que pode chegar a 150 cm de comprimento, deve o seu nome ao desenho em forma de ferradura que ostenta na parte de cima da cabeça. Ao longo do corpo tem ainda várias manchas escuras arredondadas, que formam um padrão bastante atrativo e fácil de reconhecer. Ocorre numa grande variedade de habitats, embora mostre preferência por áreas abertas, secas e pedregosas, onde possa simultaneamente encontrar abrigos seguros e apanhar bastante sol. Esta cobra não venenosa, totalmente inofensiva para o ser humano, alimenta-se maioritariamente de répteis, aves e micromamíferos, constituindo assim um excelente controlador de pragas.

 

Tiago Hacke

Mata Nacional das Dunas da Trafaria e Costa da Caparica

Pintor muralista luso-alemão, cresceu em Cascais, onde começou a pintar grafitti em 1998.

Em 2008, licenciou-se em Belas Artes Pintura, em Manchester, no Reino Unido. Concluiu o Mestrado em Belas Artes, na École Nationale Supérieure des Beaux-Arts de Paris, em França, em 2011.

Desde 2015 que regressou a Portugal para se dedicar inteiramente à pintura e tornar-se profissional, ganhou experiência a realizar muitas pinturas por encomenda, murais decorativos em casas particulares e estabelecimentos comerciais e também marcou presença em festivais e eventos de Street-Art.

Nos últimos, anos especializou-se em pinturas murais sobre a biodiversidade portuguesa, retratando a fauna e a flora do país em numerosos murais públicos, reabilitando o espaço visual e dando uma nova vida a paredes e muros por diversos municípios do país.

Em 2022, concluiu o Curso de Formação em Ilustração Científica (CFIC), na Universidade de Aveiro, com o objetivo de aprofundar as técnicas e o conhecimento sobre a pintura da biodiversidade e poder contribuir com mais rigor em projetos de comunicação e educação ambiental.