Pós-verdade, de Patrícia Magalhães
O conceito de «pós-verdade» traz ao Convento dos Capuchos uma exposição de pintura da autoria de Patrícia Magalhães.
«Não há factos, apenas interpretações» — Nietzsche
Na verdade, a Verdade já não existe. Morreu algures no século XX (se é que alguma vez existiu). A sua extinção, antecipada pelo perspectivismo de Foucault e pela dissonância cognitiva de Festinger, deu origem ao que hoje chamamos a era da ‘pós-verdade’.
Este neologismo apareceu pela primeira vez em 1992 e, rapidamente, começou a ser utilizado, com cada vez maior frequência, para acompanhar o fenómeno de crescimento meteórico das redes sociais e a omnipresença de notícias, 24 horas por dia, e a sua multiplicação em todos os media, vorazes a nível planetário. Para conseguir saciar tamanha sofreguidão é necessário gerar cada vez mais e mais conteúdos, continuamente, sem parar... E isso consegue-se às custas de um gradual desvalorizar do que antes se entendia por verdades objectivas, aquilo que era comprovado por factos, ou o que estava coletivamente estabelecido, promovendo-se como igualmente certas, e ao mesmo nível, tudo o que sejam opiniões e convicções pessoais, apelos emocionais, argumentos subjetivos e, até, falaciosos.
Vivemos num tempo em que eruditos e cientistas têm a mesma credibilidade — mas menor mediatização — do que os comentadores, os influencers e gente mais ou menos anónima.
INAUGURAÇÃO: 16 de novembro, 15h00
INFORMAÇÕES
Convento dos Capuchos
Rua Lourenço Pires de Távora, Caparica
212 919 342 | capuchos@cm-almada.pt