Uma Cerimónia
Um conjunto de actores encontra-se para celebrar algo. Parecem determinados, mas acabam por hesitar. Estão contentes por se encontrarem, mas paira uma certa inquietude no ar. Que rumo tomar? Procuram um caminho. Cantam e bebem. Afinam e desafinam. Improvisam. Escondem-se atrás de máscaras, ou dão o corpo às balas. Discutem. Sem saber por que o fazem. Reconciliam-se. Por entre um discurso que se vai revelando cada vez mais absurdo, surgem figuras míticas e ancestrais. Invocam-se lugares oníricos, que conquistam o palco. Sob o esqueleto de um pássaro enorme, o grupo afina estratégias, mas também vozes e instrumentos. A obra — em progresso — avança, qual espelho do Mundo, e reinventa-se através da tralha, literal e metafórica, que todos trazem para cena.
Por Raoul Collectif (Bélgica).