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No âmbito da candidatura ao programa POSEUR (Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos), do edifício do Fórum Municipal Romeu Correia, a Câmara Municipal de Almada implementou um conjunto de medidas para a melhoria da eficiência energética do edifício.

Para a gestão mais eficiente do conforto térmico interior, foram instaladas palas de sombreamento nos vãos envidraçados exteriores bem como a substituição das lâmpadas existentes por LED.

Foi também efetuada a substituição do sistema de climatização, ventilação e de tratamento de ar do edifício com a colocação de equipamentos mais eficientes.

Para além dos equipamentos indicados foram ainda instalados 114 módulos fotovoltaicos para autoconsumo, com uma potência de ligação de 36 kW.

Estima-se que estes equipamentos contribuam para uma produção anual de 57 178 kWh, permitindo a poupança de cerca de 9 436 euros e evita a emissão de 34 000 kg de CO2 para a atmosfera.

Durante a primeira semana de verão de 2023, entre os dias 22 de junho e 28 de junho, que pautou por dias longos e ensolarados, esta Unidade de Produção para Autoconsumo (UPAC) produziu cerca de 1 663 kWh, o que permitiu ao município poupar cerca de 365 euros em energia elétrica neste período.

As altas temperaturas na época de calor, causam consumos energéticos elevados para arrefecimento deste edifício, que se encontra aberto ao público a maior parte do tempo com atividades culturais, biblioteca, sessões de assembleia municipal, cafetaria, bem como alberga escritórios do departamento municipal da cultura. Estas necessidades de climatização são atualmente exacerbadas pelas alterações climáticas e pelo efeito de ilha de calor urbana, causado pelo intenso ambiente urbano construído.

As necessidades energéticas para climatização do edifício representavam 52% antes da intervenção, e passam agora a representar 20% do orçamento. O sistema solar fotovoltaico para autoconsumo permite assim colmatar as necessidades energéticas para climatização do edifício, com base na energia renovável proveniente dos painéis.

Com uma taxa de comparticipação de 50% e um orçamento total de 407 mil euros, esta candidatura municipal teve como principal objetivo a implementação de mecanismos e equipamentos que permitam tornar os equipamentos públicos mais eficientes e sustentáveis do ponto de vista energético. Com esta intervenção, prevê-se que a classe energética do edifício passe de C para A+.

A eficiência energética é uma prioridade do município, que está a elaborar candidaturas para levar a cabo outras intervenções no âmbito da eficiência energética.

A instalação de sistemas solares de produção de eletricidade, garantindo o acesso local a energia renovável, é outra prioridade do município com a criação de dois Núcleos de Energia Renovável do Monte da Caparica e Almada Centro.


Conceito NER - Núcleo de Energia Renovável

A partilha de energia entre vários edifícios é uma forma de otimizar o uso dos recursos energéticos e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. O propósito é que os edifícios possam trocar energia entre si, de acordo com as suas necessidades e disponibilidades, através de uma rede inteligente que monitoriza e controla o fluxo de energia.

O conceito NER apresentado engloba, assim, os seguintes pontos principais:

  • deve concentrar edifícios municipais de elevado consumo energético;
  • deve agregar edifícios com espaços amplos de coberturas e edifícios sem essa disponibilidade;
  • deve agregar edifícios com usos de energia em períodos não coincidentes;
  • deve privilegiar o consumo in loco;
  • os edifícios selecionados deverão estar próximos geograficamente à UPAC (<2km);
  • a produção é partilhada equilibrando consumos e tarifários;
  • pode promover o apoio municipal a comunidades desfavorecidas sob a forma de energia cedida.


Por exemplo, um edifício que produz energia solar excedente pode cedê-la a outro edifício que precisa de mais energia, ou um edifício que tenha um sistema de armazenamento de energia (ex. baterias) pode fornecê-la a outro edifício durante um pico de consumo, com reconhecidos benefícios económicos, ambientais e sociais, tais como reduzir os custos de energia, aumentar a eficiência energética, promover as energias renováveis e melhorar a resiliência da rede elétrica.
No caso dos NER consideramos que os edifícios são todos de propriedade municipal, o que simplifica e agiliza a sua entrada em funcionamento.