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Alimentação saudável em tempos de COVID-19

Não há, atualmente, evidência que suporte a possibilidade de transmissão do Novo Coronavírus, responsável pela doença COVID-19, através dos alimentos.

Mas tal como em tudo, nos dias que correm, deve-se aplicar o princípio da precaução, a manutenção e o reforço das boas práticas de higiene e segurança alimentar durante a manipulação, preparação e confeção dos alimentos, é recomendada.

Estas recomendações têm por base informações de entidades nacionais e mundiais, nomeadamente a Direção-Geral da Saúde (DGS), a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), a Organização Mundial da Saúde (OMS) ou a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA).

FAQs
Novo Coronavírus pode ser transmitido através dos alimentos?


Segundo Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) não existe evidência que o Novo Coronavírus se transmite através do consumo de alimentos cozinhados ou crus.

Contudo e, como medida de precaução, é recomendado o reforço das boas práticas de higiene e segurança alimentar durante a manipulação, preparação e confeção dos alimentos.

Assim:

  • Lave frequentemente e prolongadamente as mãos (com água e sabão durante 20 segundos), antes e enquanto está a preparar os alimentos e antes de os consumir, seguida de secagem apropriada, evitando a contaminação cruzada (por exemplo fechar a torneira com uma toalha de papel ao invés da mão que a abriu enquanto suja);
  • Higienize adequadamente as superfícies (bancadas e mesas) onde prepara os alimentos, com produtos apropriados;
  • Evite a contaminação entre comida crua e cozinhada, utilizando materiais de preparação diferentes, como tábuas de corte e facas;
  • Lave adequadamente os alimentos crus em água corrente. Também pode utilizar produtos desinfetantes próprios, passando de seguida os alimentos por água corrente, de forma a eliminar resíduos do produto;
  • Cozinhe e coloque a comida nos pratos a temperaturas adequadas;
  • Não partilhe comida ou objetos com outras pessoas durante a sua preparação, confeção e consumo;
  • Durante a preparação, confeção e consumo adote as medidas de etiqueta respiratória.


Fontes: DGS, março de 2020 | EFSA, março de 2020 | ASAE, março de 2020

Podemos reforçar o sistema imunitário através de determinados alimentos ou suplementos alimentares?


Não está provado, cientificamente, que se possa reforçar o sistema imunitário através de determinados alimentos ou suplementos alimentares ou seja, de momento, não existe evidência que possibilite dizer que um determinado alimento ou suplemento alimentar previne ou ajude no tratamento da COVID-19.

No entanto, sabemos que, no geral, um estado nutricional e de hidratação adequados contribuem para um sistema imunitário otimizado.

Assim, recomenda-se a prática de uma alimentação saudável, que siga as regras da Roda dos Alimentos e que permita manter um bom estado nutricional, certificando-se que esta é completa, variada e equilibrada, com a presença de diferentes nutrientes, isto é, fornecedores de energia (hidratos de carbono, proteínas e lípidos), vitaminas, minerais e água, de forma a garantir o normal funcionamento do sistema imunitário.

Esta recomendação pode ser particularmente relevante para as pessoas que se encontram em isolamento devido à COVID-19, dado que são muitos os estímulos para um consumo alimentar excessivo e de alimentos com elevada densidade energética (por exemplo bebidas açucaradas, doces, entre outros). Além disso, estas pessoas encontram-se em casa com excesso de tempo livre e redução da atividade física habitual.

Fonte: DGS, março de 2020 | British Dietetic Association, março de 2020.

Como ter uma alimentação saudável em tempos de COVID-19?


A prática de uma alimentação saudável é sempre recomendável

Os conselhos da Direção-Geral da Saúde são:

Comer mais fruta e hortícolas

  • Coma, pelo menos, sopa de hortícolas ao almoço e jantar e três peças de fruta ao longo do dia. Opte pelas frutas e hortícolas com maior durabilidade.
  • Os produtos congelados também podem ser uma boa opção, uma vez que as suas propriedades nutricionais se mantêm.

Beber água ao longo do dia e sem açúcar

  • É essencial manter um bom estado de hidratação. Beba por dia 1,5 a 1,9 litros de água ou oito copos de água.

Recuperar a presença do feijão, do grão e das ervilhas à mesa

  • Em tempo de muitos enlatados em casa, valorize as leguminosas, que são fontes de fibra e diversos nutrientes importantes.

Manter a rotina das refeições diárias, evitando «snacks» com excesso de açúcar e sal

  • Apesar de estar mais tempo em casa, não deixe que seja um motivo para o consumo de alimentos com elevada densidade energética e baixo valor nutricional. Opte por «snacks» mais saudáveis.

Aproveitar esta oportunidade e procure praticar, com os seus filhos, uma cozinha mais saudável

  • Use o seu tempo livre para experimentar receitas novas e mais saudáveis.
  • Procure também ensinar os mais novos a cozinhar de uma forma saudável. O envolvimento das crianças na preparação dos alimentos é um fator chave para a melhoria dos hábitos alimentares.

Fazer uma alimentação completa, variada e equilibrada, seguindo os princípios da Roda dos Alimentos

  • Coma em maior quantidade os grupos com maior dimensão e em menor quantidade os grupos mais pequenos.
  • Beba água diariamente.
  • E tente variar, ao longo do dia e diariamente, o consumo de alimentos dentro de cada grupo da roda.

Fonte: DGS, março de 2020

Como planear, em situação de isolamento, a compra de alimentos?


Uma das medidas adotadas para a prevenção da propagação da COVID-19 é o isolamento preventivo.

No entanto, esta medida poderá contribuir para alterações no comportamento de compra e de consumo de alimentos, com a realização de compras menos frequentes, o que tem como consequência uma organização e ida ao supermercado de forma diferente do habitual.

Assim, deve:

  • Garantir uma disponibilidade de alimentos que permita assegurar as necessidades alimentares por um período de tempo mais longo.
  • Evitar deslocações frequentes aos supermercados.
  • Optar pelos serviços de entrega ao domicílio, quando disponíveis.
  • Fazer compras responsáveis, nas quantidades adequadas e sem exageros, permitindo uma boa gestão de «stocks» por parte dos supermercados e evitando o consumo alimentar excessivo, nomeadamente de açúcar, sal e gordura.
  • Comprar alimentos que apresentem uma maior durabilidade e que sejam, ao mesmo tempo, promotores de uma alimentação saudável.


Fonte: DGS, março de 2020

Ao planear as suas compras, a que alimentos deve ser dada preferência?


No momento de planear as suas compras e de fazer uma lista organizada, deve assegurar uma compra responsável onde adquira apenas os alimentos que necessita e de forma a reduzir as idas frequentes ao supermercado.

Para isso deve dar preferência aos alimentos menos perecíveis, com um prazo de validade mais longo e de elevado valor nutricional.

Para a escolha destes deve ter em consideração a capacidade de armazenamento (refrigeração e congelação) que tem em casa, bem como as preferências pessoais.

Pão e cereais de pequeno-almoço (cereais do tipo «cornflakes», «muesli» ou aveia)

  • Têm boa durabilidade;
  • São de elevada riqueza nutricional;
  • Não necessitam de ser armazenados no frigorífico;
  • Caso exista capacidade de armazenamento congelar o pão pode ser uma opção. Também pode optar por comprar farinha e fazer o seu próprio pão.

Hortícolas e Fruta

  • Dar preferência aos que apresentam uma maior durabilidade:
  • Hortícolas: cenoura, cebola, courgette, abóbora, brócolos, couve-flor, feijão-verde, alho e produtos hortícolas congelados (mediante da capacidade do congelador);
  • Frutas: maçã, pera, laranja e tangerina.
  • Privilegiar, igualmente, os produtos frescos, que são importantes para manter uma alimentação equilibrada nestas situações. No entanto, adquira em menor quantidade e consuma-os primeiro (por exemplo hortícolas de folha verde e o tomate, e também outras variedades de fruta da época).

Carne, Pescado e Ovos
Ovos:

  • Têm boa durabilidade;
  • Elevada riqueza nutricional;
  • Não necessitam de estar armazenados no frigorífico.

Carne e Pescado:

  • As Conservas de Pescado são uma boa opção para algumas refeições;
  • Carne e Pescado congelados têm boa durabilidade mas deve gerir as quantidades de acordo com a capacidade de armazenamento;
  • Carne e Pescado frescos podem ser adquiridos mas utilize nos primeiros 2/3 dias, após a compra. Caso verifique que não vai utilizar nos 2/3 dias seguintes à sua compra, estes produtos devem ser congelados ou confecionados para consumir mais tarde. Os alimentos confecionados conservam-se bem e com qualidade por um período de 3 dias no frigorífico.

Leguminosas (feijão, grão, ervilhas, lentilhas, entre outros)

  • Secas ou em conserva são boas opções;
  • Têm proteínas de elevada qualidade. Podendo ser, em algumas refeições, alternativas à carne, pescado e ovos.

Lacticínios

  • O leite tem boa durabilidade;
  • No caso de iogurtes adquira apenas se tiver capacidade de armazenamento no frigorífico.

Água

Evite comprar. A água da rede pública é adequada para consumo.

Frutos Oleaginosos (nozes, amêndoas, avelãs)

  • Têm elevada durabilidade;
  • São de elevada densidade nutricional, fonte de fibra e ricos em vitaminas;
  • Podem ser uma boa opção como «snack».

Café, compotas, tomate pelado, manteiga/Creme vegetal, entre outros

Também os pode considerar na lista de compras.

Fonte: DGS, março de 2020

Aleitamento materno e a COVID-19


Não há evidência suficiente e clara de que o Novo Coronavírus (SARS-CoV-2), responsável pela doença COVID-19, possa ser transmitido aos filhos pelas mães com COVID-19 através do aleitamento materno.

No entanto, durante a amamentação, existe risco pelo contato próximo entre a mãe e a criança, dado que podem ser partilhadas gotículas infeciosas no ar, podendo infetar a criança.

Tendo em conta esta informação e a atual situação pandémica, as mães com COVID-19 devem ser devidamente informadas e esclarecidas sobre todos os benefícios e riscos da amamentação, bem como sobre todas as precauções que devem ter para evitar a transmissão do vírus para a criança.

Ou seja, devem ser asseguradas boas práticas de higiene e tomadas, todas as precauções, de forma a evitar a transmissão da COVID-19 a criança, que são:

  • Lavar, frequentemente, as mãos com água e sabão durante, pelo menos, 20 segundos, antes e depois de cada mamada;
  • Usar máscara facial durante a amamentação;
  • Evitar tocar na boca, nariz e olhos da criança;
  • Limpar e desinfetar, frequentemente, os objetos e superfícies usados;
  • Se optar por extrair o leite com uma bomba manual ou elétrica, a mãe deve lavar as mãos com água e sabão antes de tocar em qualquer parte da bomba ou do biberão e seguir as recomendações para uma adequada limpeza e desinfeção da bomba após cada utilização;
  • Sempre que a mãe esteja muito doente, deve-se incentivá-la a extrair o leite e não dar diretamente a mama.

Fonte: DGS, março de 2020

Alimentação saudável e atividades para crianças em tempos de COVID-19


Com a interrupção do ano letivo e implementação do isolamento preventivo, como medida de prevenção da propagação da COVID-19, as crianças foram sujeitas a mais tempo de confinamento em casa.

Esta situação pode potenciar o sedentarismo e o consumo de alimentos de elevada densidade energética e de baixa qualidade nutricional, o que pode promover o aumento de peso e, no futuro, o aparecimento de doenças associadas.

No entanto, estar em casa e com mais tempo disponível, pode resultar numa oportunidade para promover o consumo alimentar saudável em meio familiar, com a compra e confeção de refeições saudáveis.

Assim, para promover a alimentação saudável, tanto das crianças como da restante família, o Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da Direção-Geral da Saúde, publicou um manual destinado aos encarregados de educação, docentes e a todos aqueles que têm crianças em casa.

Neste manual pode encontrar uma breve descrição sobre a importância da alimentação na saúde e desenvolvimento das crianças e como ter uma alimentação saudável nestas idades. Aqui encontra ainda algumas atividades para desenvolver com as crianças tais como: ler rótulos dos alimentos, arrumar os alimentos no frigorífico, preparar refeições de qualidade, entre outras.

Consultar o Manual

Fonte: DGS, março de 2020

Ensine as crianças a ter uma alimentação saudável


A alimentação tem um papel determinante na nossa saúde, principalmente durante a infância. É enquanto somos crianças que os nossos gostos e preferências alimentares se moldam e que há uma tendência, de um modo geral, para imitar os que nos são mais próximos.

Por isso, aproveite agora que está em casa e com mais tempo livre, para incentivar a criança a ter uma alimentação saudável.

A criança deve:

  • Comer mais fruta e hortícolas;
  • Beber mais água e menos bebidas açucaradas;
  • Evitar os snacks hipercalóricos, ricos em sal, açúcar e gordura;
  • Ingerir, todos os dias, leite e derivados na dose certa;
  • Fazer uma alimentação completa, variada e equilibrada, seguindo os princípios da Roda dos Alimentos.

Saiba como incluir mais frutas e hortícolas na alimentação das crianças:
Ideias para incluir mais hortícolas:

  • Faça sopas de hortícolas;
  • Adapte as suas receitas e inclua hortícolas;
  • Dê cor ao prato e altere o clássico puré de batata, juntando-lhe cenoura, abóbora, ervilhas, brócolos, couve-flor, courgette, entre outros;
  • Prepare saladas coloridas;
  • Aplique diferentes métodos de confeção;
  • Seja criativo e apresente os hortícolas em diferentes formas no prato.

Ideias para incluir mais fruta:

  • Torne a fruta a sobremesa de excelência;
  • Dê fruta aos lanches;
  • Apresente a fruta em diferentes formas;
  • Varie no tipo de fruta.
  • O envolvimento das crianças na preparação dos alimentos é um fator chave para a aprendizagem de conhecimentos sobre a alimentação saudável, bem como, para a melhoria dos hábitos alimentares.

Aproveite e use o seu tempo disponível para experimentar receitas novas e saudáveis, para ensinar os mais novos a cozinhar de forma saudável, e desenvolver outras atividades adaptando ao desenvolvimento e faixa etária da criança, tais como:

  • Elaborar a ementa semanal em conjunto;
  • Ensinar a ler os rótulos dos alimentos e a escolher as opções alimentares mais saudáveis;
  • Incluí-las no planeamento da lista de compras;
  • Ensinar a arrumar os alimentos no frigorífico e despensa de forma manter a sua qualidade;
  • Explicar e incentivar a manter a Higiene e Segurança Alimentar.

Fonte: DGS, março de 2020