Augusto Marcelino Ramos – Calafate em várias empresas de Almada
Século XX
Madeira e metal
42 x 22,5 x 23cm
Museu Naval, MN.000122
Caixa com ferramentas usada, ao longo da sua vida profissional, pelo calafate Augusto Marcelino Ramos, que aprendeu o ofício aos 17 anos e trabalhou, à jorna ou por empreitada, em empresas almadenses que requisitavam a sua arte, como a Parry & Son e a Sociedade de Reparações de Navios.
Os calafates, operários navais, tinham como função a aplicação de estopa de linho ou algodão alcatroada nas fendas entre as tábuas com que são feitos os navios de madeira e que sempre existem quando se unem duas peças de madeira, sendo uma das operações necessárias para que estes mantivessem o bom estado de conservação do seu costado e convés. Era, também, sua tarefa a abertura dos furos para a colocação de pregos ou cavilhas, particularmente quando se tratava de furação a ser feita no costado ou no convés dos navios.
Nesta caixa, que lhe servia de banco enquanto realizava a calafetagem ou calafeto, estão guardadas, para além da estopa, um conjunto de ferramentas que utilizava no seu ofício e que é constituído por três tipos de ferros: os ferros “desencalcadores” para retirar o antigo calafeto ineficaz; os ferros de meter e de encalcar estopa, que permitiam “tapar as costuras do tabuado dos pavimentos com estopa alcatroada bem calcada”; e os ferros de calafetar, com que executavam o calafeto, a fim de preservar a chapa de madeira da humidade e da água; o macete de calafate e outras ferramentas diversas.