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O Chão das Artes - Jardim Botânico

Jardim Botânico - Foto Comandante Paulo Farinha Alves
Jardim Botânico - Foto Comandante Paulo Farinha Alves

A HISTÓRIA DE UM JARDIM
20 Anos de O Chão das Artes – Jardim Botânico

Com a abertura da Casa da Cerca - Centro de Arte Contemporânea em 1993, surge a necessidade de repensar o espaço envolvente da Casa da Cerca e de dar um novo uso ao terreno. À data da aquisição da propriedade pela CMA, era um espaço de cultivo descaraterizado, coberto de ervas e flores, pontuado por algumas árvores de fruto.

O terreno, limitado por muros em toda a periferia, possui uma abertura visual sobre o vale do Tejo, em função da topografia que, embora suave, tem um declive descendente para norte. A comunicação com os espaços adjacentes e com a casa é pontual e controlada por portas, reforçando o carácter isolado e quase autónomo desta área.

Este espaço recebe em 1997 um dragoeiro centenário que vem marcar fortemente o seu futuro. Nessa altura surge a ideia de fazer um jardim diferente, com um conceito temático especial, onde a arte se torna fonte motivadora do projeto. Tem uma abordagem às artes plásticas para além do produto final, concentrando-se na origem dos materiais utilizados nas práticas artísticas. Neste contexto O Chão das Artes - Jardim Botânico apresenta-se como pioneiro na especificidade da articulação destas duas vertentes – científica e artística.

O projeto de construção foi desenvolvido pela ASA – Andrade e Sousa - Arquitetos, Lda., principalmente pela Arquiteta Paisagista Isabel Teixeira Diniz.

O Jardim, com cerca de 0,5ha, abre ao público a 9 de junho de 2001 após três anos e meio de trabalho, oferecendo aos seus visitantes uma abordagem original às artes plásticas.
Desde essa data, Centro de Arte Contemporânea e Jardim Botânico têm trabalhado em conjunto na exploração, investigação e divulgação das ligações entre a Arte e a Ciência que estes dois projetos promovem.

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O Chão das Artes – Jardim Botânico assume a Arte como protagonista e fonte inspiradora e tem como missão explorar a interligação entre a Arte e a Ciência, investigando e divulgando a sua coleção de plantas cujos componentes são matéria-prima para o fabrico de materiais utilizados nas artes plásticas.

A visão d’O Chão das Artes - Jardim Botânico é dar a conhecer a maior parte das plantas que, em todo o Mundo, mas em especial na Europa, têm sido utilizadas, ao longo da História da Arte, para fornecer matérias-primas para a prática artística.

Pretende-se mostrá-las diretamente no Jardim Botânico, como material vivo, mas também oferecer informação complementar que permita conhecer cada espécie aprofundada e transversalmente nas áreas da botânica, horticultura, etnobotânica, artes plásticas, história da arte e história dos jardins, entre outras.

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Assim, como em qualquer jardim, a vegetação é o principal protagonista, adquirindo aqui um sentido acrescido, não só pelo carácter didático-científico de Jardim Botânico, com a identificação e classificação das espécies, mas pela seleção feita em função do tema aqui abordado.
Para responder a esta especificidade, procuraram-se referências de material vegetal nos receituários e nos tratados de pintura antigos, como o do italiano Cennino Cennini (c. 1400), o de Filipe Nunes (1615) ou o de Leonardo Da Vinci (1632). Exploraram-se também, na área da etnobotânica, as plantas que poderiam ser matéria-prima para a realização artística. Este levantamento foi depois cruzado com as características edafo-climáticas da região e da influência do vento e da salsugem, aqui muito presentes.
Foram efetuados planos de plantação, implantados em 2001. Em 2011 foram revistos, e optou-se por incorporar espécies utilizadas tradicionalmente nas receitas de tinturaria, duplicando-se a lista de plantas existentes.
Em 2021, o Jardim possui uma coleção de mais de duas centenas de espécies que vão sendo mantidas, valorizadas, estudadas e exploradas do ponto de vista dos materiais que as plantas podem oferecer.

O Jardim está dividido em áreas estruturantes: Estufa; Jardim dos Pigmentos; Pomar das Gomas; Jardim dos Pintores, Charca, Jardim dos Óleos, Jardim das Fibras e Mata.