Castelo de Almada
O castelo de Almada é uma importante fortificação que se ergue sobre o Tejo, mesmo defronte a Lisboa. Foi, desde a sua origem, uma fortaleza essencial para a defesa do rio e das populações ribeirinhas.
A sua origem estará, provavelmente, ligada à época da conquista muçulmana (século VIII) e posteriormente contribuiu para a defesa do Tejo e de Lisboa das incursões dos piratas viquingues, já nos séculos IX e X.
A conquista de Almada (1147), pelas forças de Afonso Henriques (1º Rei de Portugal) e pelos cruzados, seus aliados, está indelevelmente ligada à tomada de Lisboa (25.10.1147), até porque, considerando a sua importância estratégica de controlo do Tejo e de defesa de Lisboa, não seria possível deixar o castelo de Almada em mãos muçulmanas.
Na crise dinástica de 1383-1385, Almada era controlada por homens ligados a D. Leonor Teles e dessa forma a Castela, mas a importância estratégica de Almada, foi rapidamente reconhecida pelas forças nacionais e, por isso, era importante que a Vila e o seu castelo tomassem partido pelo Mestre de Avis. Desta forma, Nuno Álvares Pereira veio com forças militares ao castelo de Almada, impedindo as entradas e as saídas, levando a que a Vila prometesse obediência ao Mestre (futuro rei de Portugal D. João I), o que a fez suportar um cerco pelas forças castelhanas, que terminou com a rendição do castelo.
Nos séculos XV e XVI o castelo de Almada foi sofrendo adaptações que resultaram da adoção da artilharia de pólvora.
O castelo manteve-se as suas capacidades de defesa do rio e de Lisboa, mesmo durante a dominação castelhana (1580-1640). Com a Restauração (1 de dezembro de 1640) e com a guerra que Portugal travou com a Espanha (1640-1668) para firmar a sua independência, o castelo de Almada viu as suas funções inalteradas, mas durante o século XVIII foi perdendo importância militar e foi desativado no ano de 1810. Em 1831, voltou a ser guarnecido e artilhado, retomando a sua função de protetor do Tejo e de Lisboa.
Durante a guerra civil (1832-1834), também chamada de Guerra dos 2 Irmãos, entre D. Pedro IV (líder dos Liberais) e o seu irmão D. Miguel (chefiando os Absolutistas). A guarnição miguelista do castelo de Almada, rendeu-se às forças liberais, após a vitória destas na Batalha da Cova da Piedade (23 de julho de 1833).
De 1865 e 1866, o castelo foi objeto de obras no âmbito do plano de defesa de Lisboa, da autoria do Marquês de Sá da Bandeira, tendo passado a ter a função de praça principal na coordenação das diversas baterias da linha de defesa instalada na margem sul do rio Tejo.
As movimentações militares, na noite de 3 para 4 de outubro de 1910, que resultaram na proclamação da República a 5 de outubro, também ocorreram em Almada, onde o castelo foi tomado por populares, sem resistência da sua guarnição. Como curiosidade a República foi proclamada em Almada no dia 4 de outubro de 1910.
Quando da Gripe Espanhola (1918-1919), o Castelo de Almada foi utilizado como hospital.
A 26 de Agosto de 1931, no decorrer de uma insurreição contra a ditadura militar que governava o País e que está na Origem do Estado Novo, um avião que pretendia lançar uma bomba no Castelo, falhou o alvo e atingiu habitações, provocando mortos, no local que é hoje denominado de Largo das Vítimas do 26 de agosto.
A 8 de setembro de 1936, dá-se a “Revolta dos Marinheiros”, nos NRP Afonso de Albuquerque, Dão e Bartolomeu Dias, contra o Estado Novo. O Castelo de Almada recebe ordens e faz fogo contra os revoltosos, contribuindo desta forma para a derrota da rebelião.
Com a rápida evolução tecnológica do armamento, que decorre a partir do final do século XIX, o castelo de Almada foi perdendo a sua relevância para as tarefas para que foi construído, ou seja, a defesa da capital e do Tejo, vendo a sua guarnição ser reduzida e tendo sido reclassificado como Forte nº 1 de 2ª classe.
Em 1976, foi cedido à Guarda Nacional Republicana, que lá mantém uma unidade militar.