Comunidade de leitores “Sábados de Leitura” – Literatura lusófona
19 julho 2025, Biblioteca Municipal José Saramago, Feijó e Online | 15h
Nesta sessão vamos abordar a obra "A Paixão Segundo G. H.” de Clarisse Lispector (Brasil)
Conhecemo-la pelas enigmáticas iniciais – o nome, nunca chegaremos a descobrir. G.H., independente e segura das suas escolhas, é uma escultora bem relacionada nos círculos do Rio de Janeiro. Numa manhã igual a outras, o seu mundo vai expandir-se depois de se pulverizar. Primeiro, a sua empregada despede-se; em seguida, G.H. decide limpar o quarto que ela habitava: um espaço vazio e imaculado. É aí que acontece um encontro epifânico com uma barata que rasteja de dentro de um armário. Perante a visão do inseto, G.H. submerge num questionamento existencial agudo, rasga fronteiras, põe em causa o seu lugar no universo e, num sentido mais extremo, a sua própria humanidade.
Tendo como núcleo uma experiência-limite e como clímax um episódio chocante, A paixão segundo G.H. é o teatro anatómico da condição humana: disseca pulsões primordiais (desejo, medo, transgressão), ao mesmo tempo que convida o leitor à travessia de um mundo oculto. Depois da descida ao inferno, e por entre as ruínas daquilo em que antes acreditava, irrompe, afinal, o gesto humano mais elementar: o combate pela vida.
Clarice Lispector nasceu em Tchetchelnik, Ucrânia, no dia 10 de dezembro de 1920 e faleceu no Rio de janeiro, no dia 9 de dezembro de 1977. Chegou ao Brasil em março de 1922, passou a infância na cidade do Recife e em 1937 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se formou em Direito.
Estreou-se no meio literário ainda muito jovem com o romance Perto do Coração Selvagem (1943), que teve uma calorosa receção do público e da crítica e recebeu o Prêmio Graça Aranha.
Em 1944, recém-casada com um diplomata, viajou para Nápoles, onde serviu num hospital durante os últimos meses da Segunda Guerra. Depois de uma longa estada na Suíça e Estados Unidos, voltou a morar no Rio de Janeiro.
Clarice Lispector começou a colaborar na imprensa em 1942 e, ao longo de toda a vida, nunca se desvinculou totalmente do jornalismo. Trabalhou na Agência Nacional e nos jornais “A Noite” e “Diário da Noite”. Foi ainda colunista do “Correio da Manhã” e realizou diversas entrevistas para a revista “Manchete”.
Entre as suas obras mais importantes estão as compilações de contos A Legião Estrangeira (1964) e Laços de Família (1972), e os romances A Paixão Segundo G.H. (1964) e A Hora da Estrela (1977).
Local: Sala Polivalente e através de plataforma digital
Público-alvo: público adulto em geral
Lotação máxima: 20 participantes (máximo)
Informações:
biblactividades@cm-almada.pt
212 508 210