“Uma cidade educadora é, antes de mais, uma cidade que inclui”, disse Teodolinda Silveira, vice-presidente da CMA, durante a abertura do encontro que regressou este ano a Almada e que teve como mote a questão “COVID-19 | Ensino a Distância ou Experiência(s) de ensino-aprendizagem em ambiente digital numa situação de emergência?”.
“Sabemos que a escola inclusiva foi aquela que mais sofreu com esta situação anómala que vivemos nos anos 2020 e 2021, que os profissionais da área confirmam a dificuldade de ajustar ao contexto da educação inclusiva as metodologias digitais. Sabemos do empenho e do esforço que fizeram para superar essas dificuldades, mas sabemos que existem consequências”, afirmou a autarca, ressalvando a importância de se pensar e avaliar os efeitos que o ensino a distância teve nas aprendizagens dos alunos.
Esta foi a questão essencial do encontro que, ao longo do dia 24 de novembro, no Auditório Fernando Lopes-Graça, levou profissionais ligados à área da Educação, autarcas, pais e estudantes, entre outros intervenientes da Comunidade Educativa, a pensar os desafios da aprendizagem a distância.
Neste encontro, houve oportunidade para assistir a uma “audição ativa” da professora de Educação Musical, Ângela Morais, um dos rostos do programa de telescola #estudoemcasa, distinguida pela Global Teacher Prize na categoria de adaptação e inovação no ensino a distância.
David Rodrigues, especialista em Educação Especial, deu a conhecer mais sobre a “Cidade” enquanto “verdadeira sala de aula do futuro”. Ao longo deste dia, houve tempo para conhecer projetos municipais na área da Educação, criados em contexto pandémico, dinamizados por autarquias portuguesas.
“Covid-19 e Ensino a Distância, uma oportunidade (perdida) de mudança de escola?!” foi a questão lançada ao painel que integrou vários intervenientes da Comunidade Educativa, entre autarcas, docentes, psicólogos, pais e alunos, onde foram partilhadas experiências vividas no contexto de pandemia.
Durante o encerramento, João Costa, ministro da Educação, falou dos dois anos de pandemia, dos confinamentos e das respostas dadas na área da Educação. “Não nos esqueçamos da “lupa gigante” [contexto pandémico] que foi colocada sobre o sistema educativo porque tudo aquilo que vimos durante a pandemia continua cá”, ressalvando a importância do trabalho em rede, a importância de diversificar os instrumentos e metodologias de ensino e aprendizagem, a importância de trabalhar competências sociais e emocionais, ou a importância de trabalhar mais com os encarregados de educação.
“Se queremos ser inclusivos não deixemos que as portas e as janelas que se abriram se voltem a fechar”, disse Inês de Medeiros, salvaguardando a importância da vivência do espaço público enquanto espaço de inclusão “para que as pessoas se sintam em casa na sua praça, na sua rua”.
A iniciativa, coordenada pelo Município de Almada, foi enquadrada na atividade desenvolvida pela Rede Territorial Portuguesa das Cidades Educadoras – Grupo de Trabalho Cidades Inclusivas.