Debaixo da copa dos pinheiros mansos da Mata Nacional dos Medos, dispuseram-se os carros de combate a incêndios florestais, as equipas das três corporações de bombeiros do concelho, dos sapadores municipais, da GNR e do corpo de voluntariado que todos os anos ajuda na salvaguarda deste «território sagrado», como sublinhou a presidente da Câmara Municipal de Almada, Inês de Medeiros.
 
Durante muitos anos «achámos que a melhor forma de proteger era nada fazer», explicou a autarca. «Para proteger a nossa Mata dos Medos, assim como a Arriba Fóssil, estas têm de ser vividas pelas pessoas, com condições e em trajetos pré-definidos, para quem usufrui delas seja nosso aliado na sua proteção». 
 
Para breve está a passagem da Bateria do Raposo para a esfera municipal. «Já tivemos luz verde das Finanças e é com grande satisfação que estamos a preparar essa transferência».
 
Nesse local vai ser colocado o Serviço Municipal de Proteção Civil. Os sapadores vão ser os primeiros a ocupar a bateria, que vai também permitir «cumprir a promessa de criar a Central Única para os nossos bombeiros e que é fundamental».
 
Tecnologia e pessoas 
 
Durante a cerimónia foram ligados os quatro novos avisadores do risco de incêndio. Estão diretamente ligados ao IPMA - Instituto Português do Mar e da Atmosfera – mudando automaticamente de cor quando muda o risco de incêndio para Almada.
 
Esta área tem «uma grande pressão humana pelo perímetro urbano em redor e pela proximidade à área balnear», explicou o coordenador do Serviço Municipal de Proteção Civil, António Godinho.
 
A estratégia de pré-posicionamento de viaturas dos bombeiros neste território, que se garante há quase duas décadas, volta a ser «um fator crítico para o sucesso» da FVFS.
 
Conta-se também com o trabalho da nova equipa de sapadores municipais. Desde que entrou em funções, em outubro de 2021, os seus elementos já percorreram uma área de 19 hectares, trabalhando para uma melhor gestão de combustíveis.
 
A estratégia investe ainda em campanhas de sensibilização e também nas equipas de voluntários, não só da proteção civil, mas também de clubes, escoteiros e do programa Voluntariado Jovem para as Florestas, do IPDJ.
 
Obras e cooperação 
 
As obras na estrada florestal são de destacar, já que prometem resolver os problemas de circulação, através da criação de uma ciclovia com 3,5 metros de largura, que pode ser usada como via de emergência, quando necessário.

A ação do ICNF - Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas no território, promovendo a remoção de invasoras, criando passadiços, abrindo novos acessos a áreas florestais, colocando cancelas, permite igualmente aumentar a resiliência destes territórios rurais. 
 
Sublinha-se ainda a manutenção da rede de hidrantes dos SMAS de Almada, para o combate de incêndios, «uma mais valia tremenda», salienta António Godinho.
 
Esta iniciativa da CMA «mostra o valor da cooperação e da parceria». «O esforço do combate aos incêndios, da valorização da natureza e da preservação da biodiversidade deve envolver todos os cidadãos e a sociedade como um todo», rematou o ministro José Luís Carneiro.