2015
Madeira, metal
O modelo da canhoneira Chaimite da Parry & Son é emblemático do acervo do Museu Naval. Foi uma encomenda ao modelista Lenine Rodrigues, por representar uma embarcação que foi particularmente importante na história da construção naval do nosso concelho.
Com o Ultimato Inglês a Comissão da Grande Subscrição Nacional viu-se forçada a melhorar a sua frota militar para defesa do território ultramarino e a Parry & Son, ainda com estaleiro no Ginjal, foi a empresa escolhida para a construção de três canhoneiras: a Chaimite, a Diogo Cão e a Pedro de Annaya. A construção da Chaimite no entanto viria a ser um marco na história da construção naval em Portugal. Em 1887 o Ministro da Marinha fez uma visita ao estaleiro, relatada nas Actas da Reunião Popular: “Era ali grande a afluência de povo, tendo a polícia que defender à força o estaleiro. Muitas embarcações tinham ido, durante a tarde, cumprimentar o estaleiro e a canhoneira Chaimite, em construção (…) Dentro do estaleiro, a philarmónica de Almada Incrível Almadense tocava o hymno nacional e executava outras peças do seu reportório”. Tal relevo explica-se por ter sido uma embarcação com características pouco vulgares na altura: era predominantemente em aço, media 40,84m de comprimento, era movida por duas máquinas com dois hélices de bronze manganês, tinha uma chaminé alta e dois mastros militares. A embarcação foi lançada à água a 13 de agosto de 1898 e partiu de Lisboa no ano seguinte rumo à sua missão em Moçambique, onde prestou serviço até 1919, ano em que foi abatida ao efetivo da Marinha Colonial.