Nem come nem deixa comer | Teatro novembro
Nem come nem deixa comer é uma expressão espanhola que se aplica ao cão do hortelão isto é, ao animal que não permite que os outros comam a colheita, ao mesmo tempo que nem ele próprio a come. É sobre esta simples ideia que Lope de Vega (1562-1635) constrói a sua comédia de enredo mais famosa: O cão do hortelão. E foi sobre este texto que realizámos uma leitura feminista e liberal, navegando entre a comédia trepidante e a melancolia metafísica.
Com uma trama simples e eficaz, Lope de Vega tece jogos de equívocos, ciúmes e invejas. Porém, sob esta aparente simplicidade, oculta-se igualmente uma reflexão profunda e dolorosa: será que somos capazes de amar sem nos cansarmos do objecto do nosso amor? Será que no trabalho, no amor, ou na riqueza, desejamos sempre aos outros mais do que a nós próprios? Na nossa versão do texto, os versos do Siglo de Oro dão-nos uma versão furibunda e contraditória do amor. Mas ao mesmo tempo manifestam um doloroso sentido de perda e de agitação, uma vez que os sentimentos amorosos são indecifráveis e misteriosos. (Ignacio García e José Gabriel López Antuñano)
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