Não há ninguém que não tenha uma «filosofia», achando-a tão pessoal que passa a ser «a minha filosofia». Há também quem despreze a filosofia e diga que é coisa de «líricos» — as pessoas de ação que acham que a filosofia nada tem que ver com a vida. Há ainda a definição mais romântica: a filosofia é a amizade pelo saber. E para todo este conjunto de opiniões há já teses filosóficas, interpretações, atitudes, mentalidades, modos de ser. Mas, então, afinal, o que é a filosofia? É essa a pergunta que aqui se faz a alguns protagonistas da sua história, sem pretender fazer história. A filosofia é uma atividade que procura descobrir a verdade sobre «as coisas», «o mundo», os «outros», o «eu».

Não se tem uma filosofia. Faz-se filosofia. A filosofia é uma possibilidade. E aqui começa já um problema antigo. Não é a possibilidade menos do que a realidade? Não é o possível só uma ilusão? Mas não é o sonho, como dizia Valéry, que nos distingue dos animais? Aqui fica já uma pista: uma boa pergunta põe-nos na direção de uma boa resposta, e uma não existe sem a outra, como se verá.

António de Castro Caeiro (Lisboa, 1966) é professor na NOVA FCSH desde 1990. Ensina Filosofia Antiga, Grego, Latim e Alemão e pertence ao IFILNOVA. As suas áreas de interesse enquadram-se na fenomenologia. É ensaísta e tradutor. Doutorou-se em Filosofia Antiga. Foi visiting scholar na Albert Ludwig Universität (Alemanha), na USP (Brasil), na USF (EUA) e no Oriel College (Reino Unido). Pratica artes marciais desde 1981. Foi membro quase fundador da banda punk Mata-Ratos. Escreveu, entre outros livros, A Areté como Possibilidade Extrema do Humano: Fenomenologia da Práxis em Platão e Aristóteles (INCM, 1998), São Paulo: Apocalipse e Conversão (Alêtheia, 2014), Um Dia não São Dias (Abysmo, 2015) e Reflections on Everyday Life, Cambridge Scholars Publishing (Cambridge, 2019). Organizou e traduziu diversas obras de autores clássicos, nomeadamente Ética a Nicómaco, de Aristóteles (Quetzal, 2003 [1.ª ed.] e 2020 [7.ª ed.]), Odes Olímpicas, de Píndaro (Abysmo, 2017), As Constituições Perdidas e Os Fragmentos Científicos, de Aristóteles (Abysmo, 2018 e 2022).

Duração: 120 min

Público-alvo: público adulto em geral

Entrada livre sujeita à lotação da sala