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Sirene

Companhia Portuguesa de Pesca, Olho de Boi
Século XX
Metal
51 x 46 cm


Na fachada principal da Companhia Portuguesa de Pesca, o tempo marcado: 1920, data da fundação. No topo no mesmo edifício, a sirene que, através do seu ecoar, marcava outro tempo: o tempo de quem aí trabalhava. O horário não foi esquecido por todos aqueles que o cumpriram: das 8 horas ao meio-dia, das 13 às 17 horas. Depois, para beneficiarem da semana inglesa e, mais tarde, do sábado inteiro, o horário diário prolongou-se.
O ecoar da sirene marcava o tempo. Nas fábricas e oficinas, o controlo do tempo não pertencia ao trabalhador, antes à empresa com o seu próprio tempo inscrito na fachada. Se a entrada ao serviço era feita por pequenos grupos ou individualmente, o soar da sirene a anunciar a fim de mais um dia de trabalho culmina numa massa compacta de gente, vestida de batas ou fatos-macaco que sobe a arriba para desembocar nas ruas estreitas de Almada Velha, seguindo em diferentes direções.