Devolução de marinhas ao habitat natural
As marinhas da Trafaria estão de regresso a casa, após um ano em alojamento de substituição!
Em março de 2022, após o desmoronamento de pilar e pontão na Trafaria, no Município de Almada, foi resgatado deste local um grupo de marinhas-comuns, peixes da família dos cavalos-marinhos, com estatuto de proteção. Foram recolhidas 5 marinhas e 23 cavalos-marinhos (4 cavalos-marinhos comuns Hippocampus hippocampus e 19 cavalos-marinhos-de-focinho-comprido Hippocampus guttulatus).
A equipa do Oceanário de Lisboa, que colaborou no resgate destes animais, acolheu-os e manteve-os em condições especiais nesta instituição, tendo em vista a sua devolução à natureza quando as condições do habitat estivessem restauradas.
Num aquário isolado, recriaram-se condições como a flutuação da temperatura da água do local de origem, ou o fornecimento de alimento vivo na forma de misidáceos (pequenos crustáceos marinhos parecidos com o camarão), de modo a promover um comportamento alimentar semelhante ao que exibem no meio natural.
Durante a permanência destes peixes no Oceanário, cada marinha foi medida e fotografada para identificação, tendo sido também recolhidas amostras para análise genética, num trabalho conjunto com o MARE-ISPA.
O comportamento e condições do grupo foram monitorizados em permanência, tendo sido inclusivamente registados comportamentos reprodutivos no verão, que resultaram no nascimento de mais de uma centena de marinhas.
Um ano depois, todos estes novos peixes, juntamente com o grupo original de cinco indivíduos, foram reintroduzidos com sucesso no estuário do Tejo, numa operação conjunta do ICNF - Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, e do Oceanário de Lisboa, com a colaboração do MARE-ISPA e da Câmara Municipal de Almada, parceiros no projeto de investigação CavAlMar.