A redução das emissões de gases com efeito de estufa e a neutralidade carbónica, que se pretende alcançar até 2050, promovem a adoção de novos padrões de mobilidade quotidiana, menos suportada no uso do automóvel individual e mais no transporte público e nos modos de deslocação suaves, mais sustentáveis e ativos, como andar a pé, de bicicleta ou de trotineta.
A deslocação em modos suaves e ativos, em alternativa à utilização de veículos a combustão, favorece a prática diária de atividade física, aumenta a qualidade do ar que respiramos e reduz a poluição sonora, com benefícios para a saúde pública, em particular num concelho como Almada, onde a principal fonte de ruído e de poluição atmosférica é resultante do tráfego motorizado.
Com o objetivo de potenciar o uso de modos ativos de deslocação, no dia 4 de junho, arranca o projeto-piloto de micromobilidade do concelho de Almada, em parceria com alguns operadores privados, designadamente:
- BIRD
- BOLT
- LIME
- WHOOSH
A assinatura destes Protocolos entre o Município e os operadores dos sistemas de trotinetas e bicicletas elétricas partilhadas, visa contribuir para uma oferta de modos de deslocação mais sustentáveis na área do Concelho.
Atendendo à fase piloto deste projeto, foram definidas duas áreas de operação (áreas a verde no mapa):
- Cacilhas – Monte de Caparica (última doca virtual junto ao Campus da Faculdade Ciências e Tecnologia - FCT);
- Trafaria – Costa da Caparica – Estrada Florestal (última doca virtual junto à via de acesso à Praia do Rei, na rotunda da Estrada Florestal).
De modo a garantir a segurança dos utilizadores foram definidas zonas de circulação proibida, em função dos volumes de tráfego rodoviário e de potencial risco acrescido, assim como zonas de circulação condicionada, como em vias pedonais ou mistas, assinaladas no mapa de acordo com o seguinte critério:
Zonas de Circulação Condicionada – velocidade limitada a 10km/h (zonas a amarelo):
- Troço Pedonal da rua Capitão Leitão, Almada
- Zona Central de Almada (entre a Praça S. João Baptista, o Largo Gabriel Pedro e a Rua Lourenço Pires de Távora)
- Rua Cândido dos Reis, Cacilhas
- Paredão da Costa da Caparica
- Praça da Liberdade, Costa da Caparica
Zonas de Circulação Proibida (zonas a vermelho):
- Rua dos Pescadores, Costa da Caparica
- Parque da Juventude, Almada
Consulte o mapa:
Para fomentar uma convivência saudável com esta nova oferta, será obrigatório parquear estes veículos em docas virtuais definidas para o efeito, assinaladas nas plataformas das operadoras e identificadas no local. Tendo em consideração que o espaço público é partilhado por todos, incluindo pessoas com mobilidade reduzida, crianças e idosos, pretende-se desta forma que o parqueamento destes veículos partilhados seja feito de forma organizada e responsável.
Ressalva-se que o não parqueamento nos locais assinalados para o efeito implicará em custos para os utilizadores, uma vez que não será possível “concluir a viagem", continuando assim a pagar o serviço.
Atendendo à segurança dos utilizadores foram definidas zonas de circulação proibida, em função dos volumes de tráfego rodoviário e de potencial risco acrescido, assim como zonas de circulação condicionada, como em vias pedonais ou mistas.
À semelhança de outro qualquer veículo, a utilização de uma trotineta ou bicicleta partilhada obedece a algumas regras, de modo a garantir a segurança dos utilizadores dos equipamentos assim como dos restantes utentes do espaço público, nomeadamente:
- Cumprir as regras de trânsito aplicáveis a qualquer veículo que circule na via pública;
- Não é permitida a circulação nos passeios;
- Ter consigo um documento de identificação;
- Cada equipamento só comporta um utilizador;
- Não conduzir sob o efeito de bebidas alcoólicas ou substâncias estupefacientes;
- Não utilizar o telemóvel enquanto conduzir;
- Ter atenção aos peões (têm sempre prioridade nas passadeiras e espaço público pedonal) e aos restantes utilizadores da via;
- Quando acabar a viagem, estacionar de forma responsável numa das docas virtuais existentes e sem bloquear zonas de passagem ou acesso a propriedades;
- Recomenda-se ainda a utilização de capacete.
Rede Ciclável do Concelho de Almada
A Câmara Municipal de Almada tomou a iniciativa, em 2003, de desenvolver o PACicla, Plano Almada Ciclável, para a promoção dos modos de deslocação suaves nas viagens quotidianas, como forma de diversificar a acessibilidade às múltiplas funções do território, reduzir a intensidade energética do sector dos transportes e melhorar a qualidade de vida em meio urbano. A bicicleta é um modo de deslocação muito atrativo nas viagens de curta distância (< 6 km) e também para percorrer maiores distâncias, quando combinada com os transportes públicos.
O PACicla prevê a implantação progressiva de uma rede de mais de duzentos km de percursos cicláveis, de diferentes tipologias, umas dedicadas e outras em partilha de espaço com outros modos de transporte, seguindo 5 critérios fundamentais: continuidade, funcionalidade, segurança, conforto e qualidade ambiental. Consistindo numa rede que se estende pelo concelho de Almada, ligando os principais equipamentos, serviços e interfaces de transportes públicos.
Em simultâneo, a informação e sensibilização para o uso da bicicleta constitui uma importante dimensão de trabalho do PACicla, através da realização de campanhas, sessões temáticas e grandes iniciativas de rua, estudos de opinião e da produção de recursos educativos.
A Rede de Percursos Cicláveis é complementada por um conjunto de infraestruturas associadas, incluindo parqueamentos, biciparques e bici-links (viadutos para bicicletas). No que toca à oferta de estacionamento para bicicletas, estão disponíveis mais de 600 lugares, distribuídos por cerca de 100 locais do Concelho, incluindo Escolas e Interfaces de Transportes Públicos, e ainda 4 bici-parques em parques de estacionamento subterrâneos.
A componente pedonal foi tratada no âmbito do PMPACA, Plano Municipal de Promoção das Acessibilidades do Concelho de Almada, que preconiza dotar Almada de uma rede de percursos pedonais que garantam a continuidade, segurança e conforto das deslocações a pé. O objetivo é assegurar a acessibilidade universal a todo o território, natural ou construído.